
Património Mundial da UNESCO, o Parque Arqueológico de Angkor estende-se por mais de quatrocentos quilómetros quadrados, onde podem ser observados vestígios de diferentes capitais do Império Khmer, bem como uma vasta área de floresta luxuriante.
Este parque situa-se nas proximidades de Siem Reap, uma cidade que é frequentemente conhecida como a porta de entrada para as antigas maravilhas de Angkor. Suspensa entre o passado e o presente, Siem Reap possui um charme próprio que merece uma visita. No centro da cidade, no Museu Nacional de Angkor, os visitantes podem aprender mais sobre a civilização Khmer, um império hindu-budista que floresceu no sudeste asiático entre os séculos IX e XV, tendo o seu centro nevrálgico precisamente nesta região do Camboja.
Para além do seu património histórico, Siem Reap é uma cidade vibrante onde as ruas fervilham de cor, energia e criatividade. Pode-se facilmente passar uma tarde a explorar o Mercado Antigo (Psar Chaa) e a comprar têxteis, especiarias aromáticas e artesanato. À noite, Siem Reap ganha vida na área ribeirinha e em redor da famosa Pub Street com as suas luzes néon, bares ao ar livre e atuações de rua. Apesar do nome, esta rua não oferece opções apenas para os entusiastas da vida noturna. Alguns dos melhores cafés e restaurantes da cidade situam-se naquela zona, oferecendo opções de degustação tradicional e gastronomia internacional.

Mas a joia da coroa de Siem Reap é indiscutivelmente o Parque Arqueológico de Angkor. Existem cerca de setenta templos principais no complexo, bem como centenas de outros menores espalhados pelo parque. Para visitá-lo, recomendo comprar os bilhetes no local ou online através do site oficial. Existem bilhetes de um, três e cinco dias, que permitem visitar todos os templos do complexo.
O templo mais famoso do parque e o marco mais icónico do Camboja é, sem dúvida, o Templo de Angkor Wat. Elevando-se majestosamente da selva, Angkor Wat oferece uma viagem ao passado, mais precisamente ao século XII, quando foi construído pelo Império Khmer. Originalmente concebido como um local de culto hindu, foi posteriormente transformado num templo budista, sendo o maior edifício religioso do planeta.

Muitos visitantes dirigem-se a Angkor Wat antes do nascer do sol. À medida que os primeiros raios de luz surgem sobre as suas torres em forma de lótus, os edifícios tingem-se de uma tonalidade dourada, oferecendo um dos mais deslumbrantes amanheceres do mundo. Independentemente da hora do dia em que se visite Angkor Wat, há que dedicar tempo suficiente para explorar esta maravilha sem pressas. Atravessar os seus corredores intermináveis com baixos-relevos detalhados e pátios serenos é como entrar numa aventura épica esculpida em pedra que constitui uma experiência inesquecível.
Outro templo imperdível na área é o Templo de Bayon. Situado no coração da cidade antiga de Angkor Thom, é um dos locais mais enigmáticos do Camboja. Terá sido construído entre o final do século XII e o início do século XIII pelo famoso Rei Jayavarman VII. Bayon é conhecido pelas mais de duzentas faces esculpidas nas muitas torres do templo que parecem observar silenciosamente tudo o que as rodeia.
É imprescindível percorrer os corredores estreitos e as galerias em ruínas que quase parecem um labirinto, bem como a série de baixos-relevos nas galerias internas e externas que retratam a vida quotidiana no Império Khmer, e as belas estátuas localizadas nas torres nordeste e sudeste.

Frequentemente ofuscado pelos seus vizinhos mais famosos, o Templo de Baphuon é uma joia escondida em Angkor Thom que recompensa aqueles que dedicam tempo a explorá-lo. Tendo sido mesmo considerado um dos templos mais grandiosos do Império Khmer, esta estrutura em estilo piramidal do século XI foi dedicada ao culto hindu e posteriormente convertida num templo budista.
Ao longo dos séculos, este templo sofreu danos significativos, mas foi restaurado e pode ser visitado novamente. Um dos seus destaques é o enorme Buda reclinado na zona ocidental do templo. Do topo, o dossel esmeralda do complexo de Angkor estende-se infinitamente, oferecendo uma das perspetivas mais incríveis do parque arqueológico.
Envolto em mistério e literalmente entrelaçado nas raízes de árvores imponentes, Ta Prohm é um dos templos mais impressionantes de Angkor. É um lugar onde a natureza e a arquitetura antiga coexistem numa harmonia dramática mas bela. Construído no século XII como um templo budista dedicado à mãe do Rei Jayavarman VII, foi engolido pela selva ao longo dos séculos, tendo sido redescoberto por exploradores franceses no final do século XIX.

Visitar Ta Prohm é como entrar num mundo perdido e suspenso no tempo. Escondido nas profundezas do complexo de Angkor, é também conhecido como o templo de Tomb Raider, após ter sido palco do famoso filme. Este santuário coberto pela selva convida os visitantes a percorrerem um mundo cinematográfico repleto de ruínas, esculturas cobertas de vegetação e árvores maciças que reivindicaram o templo ao longo dos séculos, criando um cenário quase irreal.
Nos arredores de Siem Reap, na estrada que liga esta cidade a Phnom Penh, vale também a pena parar na histórica Ponte de Kampong Kdei, com os seus impressionantes vinte e um arcos estreitos, que chegou a ser a ponte de arcos de pedra mais longa do mundo.
Durante a minha visita a esta região, fiquei alojada no Templation Angkor, um refúgio que combina elegância contemporânea com influências locais, situado a poucos minutos dos lendários templos de Angkor. Rodeado por jardins tropicais e oferecendo uma atmosfera de tranquilidade, este resort disponibiliza variadas opções de alojamento, incluindo villas privadas com piscina própria.

Os espaços comuns do Templation Angkor merecem também um destaque. A piscina principal do resort é uma das maiores da região, projetada como um lago com um barco de madeira e uma ilha flutuante. A poucos passos de distância encontra-se o lounge ao ar livre e a área do restaurante, onde se pode apreciar a deliciosa gastronomia tradicional. O serviço é caloroso e atencioso e cada detalhe, desde o pequeno-almoço junto à piscina até ao spa inspirado nas tradições locais, é pensado para proporcionar uma estadia memorável e inspiradora.
Para mais dicas sobre o Camboja podem consultar os artigos “Phnom Pen, a vibrante capital do Camboja” e “Há um paraíso no Camboja e chama-se Koh Rong Sanloem”.
Para mais inspiração sobre viagens podem consultar o blog da Ana, the Travel in Pink ou a sua página de Instagram
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