A arte é muito antiga, foi conhecida no século XVIII com um ponto com pouca torsão e por isso ficou conhecido como ponto frouxo.

Mais tarde, quando esta arte ressurgiu na cidade, no inicio do século XX, passou a designar-se de ponto de Castelo Branco.

Bordados de Castelo Branco
créditos: Who Trips

Uma das características é que o bordado só tem seda no lado da frente. No verso não tem. Era para se poupar seda.
Por outro lado, a técnica é calcular o o local onde entra a agulha no lado inverso. Dizem na brincadeira que a agulha é telecomandada.

Bordados de Castelo Branco
O vai vem da agulha “telecomandada créditos: Who Trips

No Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco pretende-se preservar e valorizar esta arte que ainda tem algumas bordadeiras a desenvolvê-la, mesmo fora da cidade. O maior problema é a renovação porque os mais novos não se dedicam a este tipo de trabalho.

Há alguns produtores de moda e estilistas que inovam recorrendo a aplicações com o bordado. Alguns destes trabalhos podem ser vistos no Centro Interpretativo.

Bordados de Castelo Branco
créditos: Who Trips

Além de vestuário os bordados inspiraram artistas em outras criações, como por exemplo os painéis que estão na Catedral de Manchester.

Bordados de Castelo Branco
Produtores de moda também utilizam bordado de Castelo Branco créditos: Who Trips

Lurdes Baptista aprendeu muito cedo em programas nas férias de verão. Ela e mais cinco bordadeiras trabalham no Centro. Produzem bordados próprios ou por encomenda mas seguem sempre a tradição. Seguem os desenhos antigos com motivos relacionados com a natureza, como flores e pássaros.

Bordados de Castelo Branco
É um trabalho meticuloso créditos: Who Trips

Os desenhos são outra particularidade destes bordados. São inspirados em temas exóticos, orientais e com uma forte carga simbólica associada à Árvore da Vida de Éden. Os pássaros, as romãs, os corações e outros motivos têm um significado próprio. É o caso, por exemplo, da albarrada, um vaso de flores com duas asas que surge em muitos trabalhos e que é um símbolo da fecundidade.

Bordados de Castelo Branco
Desenhos do bordado créditos: Who Trips

No passado, uma colcha de bordados de Castelo Branco fazia parte da lista tradicional do enxoval de uma noiva. Hoje o que se produz já não é para esse fim e há peças que chegam quase aos 40 mil euros, encomendadas por particulares.

Bordados de Castelo Branco
Alguns dos trabalhos em exposiação créditos: Who Trips

Os visitantes podem ver em exposição algumas peças muito antigas. Há várias colchas trabalhadas em pormenor e com as cores vivas da seda.

Bordados de Castelo Branco
Escola oficina do Centro créditos: Who Trips

Lurdes e as colegas costumam trabalhar no centro e os visitantes seguem com atenção o movimento das mãos.

Bordados de Castelo Branco
Fio de seda créditos: Who Trips

O Centro tem ainda uma escola oficina onde se aposta na continuidade desta arte.

Bordados de Castelo Branco
créditos: Who Trips

As instalações estão no centro histórico no belo edifício a Domus Municipalis. O edifício é do século XVI e já foi casa da vila, cadeia e biblioteca. O campanário teve a função de avisar os albicastrenses quando se fechavam as portas da cidade.

Bordados de Castelo Branco
Lurdes Baptista é uma das bordadeiras do centro créditos: Who Trips

Se tiver tempo não deixe de ir ver a porta da casa da vizinha de Manuel Cargaleiro. O Museu fica na rua ao lado.

Bordado de Castelo Branco com agulha telecomandada faz parte do programa da Antena1 Vou Ali e Já Venho e pode ouvir aqui.